Opinião: Facebook World Hack

No dia 30 de agosto de 2012 (sexta-feira), rolou o Facebook Developers World Hack – São Paulo, onde engenheiros do próprio Facebook deram palestras sobre o desenvolvimento com a API social, distribuição e monetização. Após as palestras houve um Hack Day, onde os vencedores nas categorias “Mobile”, “Game”, “Open Graph” e “Geral” foram premiados com créditos no Facebook e na Amazon, além de smartphones e tablets.

Um ambiente descontraído, com muita comida, bebida e música. Foi fácil notar que estávamos cercados de pessoas extremamente criativas. Uma experiência que vou levar comigo para o resto da vida.

Expectativas

A palavra Hack, do jeito que é empregada hoje, me incomoda muito. Para mim, ela significa algo extraordinário, realizado por pessoas extraordinárias. Isso influenciou muito a minha expectativa, que era de encontrar um evento extremamente técnico. Por alguns momentos antes de ir, pensei se eu estaria à altura do evento, o que aumentou demasiadamente a minha curiosidade e ansiedade.

Seria o primeiro “Hack Day” que eu participaria, e isso me provocou um “bloqueio criativo” tão grande, que cheguei no evento sem nenhuma ideia do que desenvolver. Achei interessante a experiência de sentar com os colegas e decidir o que iríamos fazer, mas deveria ter ido com algum esboço pronto.

Estava esperando um evento diferente… e foi o que eu encontrei.

Resultados

O local escolhido para o evento foi muito bom! Fomos submersos em um ambiente muito agradável. No momento em que James Pearce sobe ao palco, você já percebe a “vibe” do evento. O cara é um verdadeiro “showman”, e soube “guiar” o “espetáculo” durante o dia inteiro com muita irreverência e “jogo de cintura”.

Uma surpresa muito boa foi a tradução simultânea. Todo o conteúdo apresentado era em inglês, então, a organização do evento disponibilizou fones de ouvido com traduções em tempo real para o português. Mesmo o meu inglês sendo técnico, não houve dificuldade em entender o que os palestrantes falavam.

E logo nos primeiros slides, James dá um significado para a palavra “Hack” utilizando o The Hacker Way, bom artigo da Wired contendo uma carta de Mark Zuckerberg aos potenciais investidores. Neste artigo, Mark diz que Hacker é mais do que “invasão”, é acreditar que algo sempre pode ser melhor. Durante este dia, estávamos tentando fazer a melhor app que podíamos, utilizando a integração do Facebook da melhor forma que podíamos, e acima de tudo, aprendemos muito com tudo isso. Dessa forma, não consigo imaginar uma palavra melhor para traduzir todo esse esforço, que não seja “hackeando”.

Mas o Facebook Developers World Hack teve os seus pontos negativos. E o primeiro de todos foi a wifi. Em um evento onde você é instigado a trabalhar com uma API e servir seus projetos na nuvem, ter problemas de conexão é extremamente frustrante. Nosso time sentou próximo à equipe técnica responsável pelo local, e percebemos que eles estavam fazendo o possível para manter tudo funcional.

Outro ponto que deixou a desejar foi o conteúdo das palestras. Eu sinceramente não possuo críticas aos palestrantes, pois meu conhecimento sobre a API do Facebook era muito raso. Mas algumas pessoas mais experientes expressaram reclamações em relação ao nível básico do conteúdo apresentado. Estávamos muito empolgados com as palestras sobre games e monetização, mas analisando um pouco mais “friamente”, elas foram consideravelmente frustrantes.

Veredicto

Eu gostei muito do evento. Aprendi muito e gostei dessa proximidade que houve com os profissionais que trabalham no Facebook.

Infelizmente, nosso time não conseguiu acabar o projeto em tempo, e não participamos das premiações. Mas demos boas risadas durante todo o dia, e descartamos a tensão da competição pelo desafio de tentar realizar algo audacioso.

Se você tiver a oportunidade de participar de um World Hack, eu aconselho que vá. Sem dúvida, alguma coisa de positiva dá para tirar, seja do conteúdo, ou da experiência de conviver com pessoas diferentes durante um dia inteiro.

Resumindo: eu vi e gostei.