Em épocas onde RIA está cada vez mais comum, e as interfaces web resolveram parecer-se cada vez mais com ambientes desktops, tenho reparado um grande movimento a favor da acessibilidade, afinal, como bons profissionais que somos temos que garantir que a informação que estamos disponibilizando seja acessada por uma gama de pessoas, inclusive aquelas com necessidades especiais.
Quando você lê “Javascript não obstrusivo”, você está lendo que uma aplicação web, mesmo que recheada de requisições Ajax, possa funcionar em navegadores mais modestos (como o Lynx, dispositivos mobile, navegadores específicos para pessoas com necessidades especiais (leitores de tela, por exemplo) ou até mesmo em outras máquinas (no caso de serviços web).
Diego Eis (do Tableless) comenta que para garantir acessibilidade em suas aplicações web é necessário que:
A pergunta que não quer calar: Como posso fazer da minha aplicação web, que tem centenas de eventos Javascript e centenas de requisições Ajax, ser “não obstrusiva”?
Quem vem do xHTML já tem por hábito separar o front-end em três áreas:
Podemos chamá-las de camadas se preferir. O importante é que uma área deve impactar o mínimo possível sobre a outra (ou seja, interferir “diretamente”). Isto é possível eliminando o uso de instruções inline, usando folhas de estilos ao invés de instruções style e adicionando eventos ao Javascript através de métodos da linguagem (e não atributos dos elementos HTML como o onClick).
Pode parecer difícil enriquecer uma aplicação e preocupar-se com acessibilidade, mas faça o seguinte:
O Igor Escobar fez um post com uma apresentação de Simon Willison onde é explicado como fazer Javascript não obstrusivo com jQuery. A prática acima (e mencionada na apresentação) é conhecida por Progressive Enhancement, e você pode ler mais sobre no A List Apart.
Se construirmos uma aplicação ou website que funciona dentro da Progressive Enhancement, temos um website ou aplicação que não obrigará o usuário a ter todos os recursos da CSS ou do Javascript totalmente funcionais em seu navegador. Temos uma aplicação que funcionará mesmo se o navegador do usuário não suporte Javascript. Logo, (na minha opinião) não é necessário o uso da tag <noscript>, afinal o usuário não será “prejudicado” ou isento de qualquer tipo de informação que nossa aplicação se disponha a exibir.
Mesmo que a sua aplicação seja para um público muito específico, preocupe-se com a acessibilidade. Você, seus clientes e a sociedade só tem a ganhar.
Finalizando… é interessante notar que qualquer boa-prática que envolva o desenvolvimento Web está diretamente ligada com um HTML bem escrito, e acima de tudo, com a semântica.
Até a próxima…